terça-feira, 10 de maio de 2016

Unidade C (Continuação...)

Tendências Epistemológicas: Analítica e Histórica

Se estudada com uma perspectiva bem ampla, a historiografia da epistemologia contemporânea pode ser lida como a manifestação de duas tendências distintas:

Tendência Analítica

A tendência Analítica se deu pela busca de conceitos e métodos capazes de explicar de forma lógica e racional as ideias e os pensamentos. Alguns filósofos, que se baseavam na filosofia empirista e positivista, criaram uma corrente de pensamento chamada positivismo lógico, que se centrava em uma filosofia da experiência, as ideias tornavam-se verdadeiras por meio da experiência. Essa tendência analítica se utilizava da verificabilidade para a comprovação de suas teorias. Logo depois, perceberam que precisavam renovar essa teoria, abandonaram esse critério de verificação, e adotaram a confirmabilidade.
O estudioso Karl Popper, passou a criticar o método indutivo, como garantia da verdade das observações e conclusões. O método indutivo se caracteriza como sendo um levantamento a respeito do que está pesquisando e, assim, chega a conclusões que são gerais e as aplica de forma universal, ou seja, parte do particular para o geral, baseado nas experiências.
Para Popper (1972), o procedimento indutivo não garantiria a validade dos enunciados científicos, pois os argumentos resultantes do processo indutivo poderiam incluir na conclusão um conteúdo não contido nos casos ainda não observados.
Segundo ele, era exatamente a capacidade de refutar ou testar a teoria que a tornava científica. Sendo assim, pelas críticas à tendência analítica, seu conceito ampliou e renovou-se, permanecendo até a década de 50 do século passado. Esta tendência epistemológica se caracteriza e possui como princípios o que a filosofia positivista defende.

Tendência Histórica

A tendência histórica surge a partir da década de 50, porém, torna-se mais presente nas discussões filosóficas nas décadas de sessenta e setenta. Ela se caracteriza por discutir elementos mais históricos da epistemologia bem como a revalorização do ser como ser, provido de conhecimentos racionais, elementos estes não discutidos pela tendência analítica. Os principais teóricos que discutiram e desenvolveram a tendência histórica são Norwood Hanson, Thomas Kuhn, Imre Lakatos, Paul Feyerabend, Gaston Bachelard, Michel Foucault e os teóricos da chamada Escola de Frankfurt, principalmente Adorno e Habermas.

Mesmo que as reflexões e pesquisas realizadas por tais pensadores seguissem diferentes direcionamentos e objetivos, o que os une nessa tendência é exatamente a negação e a contraposição à tendência analítica.
Nesse sentido compreende-se que a tendência histórica lança inúmeras críticas sobre a tendência analítica. Os teóricos ancoravam-se na crítica à desvalorização da ação do homem sobre as pesquisas e procedimentos, pois as conclusões surgiam através da lógica, ou seja, os princípios da filosofia positivista estavam sendo questionados.
Os principais questionamentos que foram lançados sobre os princípios da filosofia positivista iniciaram-se com a valorização das percepções do pesquisador, que a filosofia positivista desvalorizava. Essas percepções são levadas em consideração pelo fato de o ser humano já possuir um conhecimento prévio a respeito do que está observando e/ou pesquisando. Outra crítica que surgiu diz respeito à tese defendida pela tendência analítica de que há somente um método. A tendência histórica critica tal conceito pelo fato de acreditar que existem vários métodos e não apenas um único método que possibilite a investigação científica. Entre várias críticas...
A revalorização da metafísica, a refutação do critério popperiano de demarcação entre ciência e não ciência, o abandono da ideia da existência de um método único, a discussão sobre a mudança conceitual e a crítica à tese dos dados dos sentidos, entre outras, indicam as grandes linhas traçadas pela ‘tendência histórica’ na epistemologia dos últimos trinta anos. Nesse sentido, compreendemos que a refutação e os questionamentos lançados sobre a tendência analítica trouxeram muitas contribuições para a filosofia bem como para o conhecimento, pois as questões abordadas pela tendência analítica nos remetem ao desenvolvimento de uma racionalidade instrumental, baseada apenas em métodos, evidências e verdades comprovadas pela lógica.

Concluindo...


No campo da educação, estas tendências se manifestaram através das diferentes pedagogias, a analítica falando que o aluno não traz nenhum conhecimento em si, ele vai aprendendo conforme o ensino rígido, disciplina, realizando experimentações, a relação com o professor seria apenas de obediência, como se fosse um estudo militar. 
Já a histórica, trouxe muitas mudanças na educação, como pesquisas, reflexões, dando os estudos com base no que os alunos já sabiam para ficar melhor de compreender, ensino  através de jogos, aulas mais dinâmicas, vários trabalhos interdisciplinares, a interação aluno-professor era mais de amizade e companheirismo.

As várias mudanças ocorridas ao longo dos tempos nos pensamentos e reflexões sobre a epistemologia, ocasionaram inúmeras transformações boas no jeito de pensar, no ensino do professor, na educação como um todo, podendo repensar muitas práticas de ensino e concepções sobre educação.



Referências Bibliográficas:

Livro: "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

Unidade C

Epistemologia e a Educação


Por nossa capacidade de pensar, escolher, tomar decisões,  perguntar, ficar na dúvida, somos diferentes dos animais. Nossa racionalidade... E quando temos nossas dúvidas, perguntamos a quem conhece mais, e entende mais do assunto... Assim é a epistemologia, ela nos ajuda a aprender mais sobre  a construção do conhecimento na sociedade de uma forma complexa. Como nós dialogamos no dia-a-dia, a ciência também busca fazer diálogos, porém teóricos, e para a evolução do pensamento. Por isso que quando escrevemos um texto científico, propomos um diálogo entre pensadores, cientistas, filósofos e todos os interessados em um determinado tema. Eles "conversam" entre si, debatendo e concordando um com o outro.O conhecimento científico pressupõe este diálogo e desta forma é construído.

A epistemologia pode ser interpretada como um processo constante de diálogo sobre um conhecimento que está suscetível de superação. Ou seja, com dúvidas, questionamentos, vão estar sempre mudando, então a epistemologia não é sinônimo de certezas.
Partindo do significado etimológico da palavra, destacamos que a epistemologia tem vários significados de acordo com as diversas compreensões. Tem gente que acha que é uma disciplina, outros acham que é pura teoria, porém sabe-se que é uma disciplina ou teoria que nasce com a ciência moderna com espaço para discussão sobre a racionalidade científica.
Entre a epistemologia e teoria do conhecimento existe diferenças, que poucos conhecem, segundo Stein (1988) "a teoria do conhecimento estuda os processos internos e como se constitui o conhecimento na mente; e a teoria da ciência estuda a validade dos processos objetivos que produzem o universo cognitivo pela ciência" (STEIN, 1988, p.106).

Observa-se, na história da epistemologia, duas vertentes que problematizam esta relação:

Racionalismo -> Deposita no pensamento, na razão, a fonte do conhecimento, o qual deve ser logicamente necessário e universalmente válido;
Empirismo -> Propõem a experiência como única fonte de conhecimento.

Posições que problematizam a teoria do conhecimento no sentido de desvendar este processo focado na relação do sujeito.
A tendência fundamental da epistemologia reproduz o pensamento de Kant, segundo o qual existem formas anteriores ao entendimento que produzem a inteligibilidade. Já, na dialética hegeliana, este problema tenta ser superado pela primazia da prática. Contudo, Heidegger tenta resolver esta relação quando propôs analisar o homem como ser no mundo, compreendo que a inteligibilidade está diretamente relacionada ao nosso modo de agir no mundo.
A epistemologia na contemporaneidade vem buscando superar a dualidade que, por muito tempo, permeia as discussões epistemológicas e da teoria do conhecimento: a dualidade racionalidade e historicidade.
Além disso, Putman, um teórico do conhecimento, faz uma crítica a valorização excessiva da racionalidade cientifica, ele pode concluir que a cientificidade é apenas uma das vozes da razão, e não sinônimo de ciência, com isso Putman cria uma nova percepção de racionalidade, que se liga a ética do homem.
É importante se conhecer sobre a epistemologia para depois falar sobre a educação, pois bem, dados algumas discussões epistemológicas, nos vem a pergunta, mas o que isso tem haver com educação?  Pois bem, a educação voltada para o conhecimento e para o ensino das diversas ciências e disciplinas, por vezes, ignora ou banaliza os processos de construção do conhecimento, assim como os próprios conhecimentos selecionados para o ensino. O que é uma pena, pois a construção do conhecimento em sala de aula esta maximizando uma relação mecânica em que as disciplina apenas são jogadas para os alunos como um conteúdo solto segundo Ramos (2008). Ele propõe, como tentativa de minimizar essa atitude, algumas possibilidades de trabalhos entre alunos e professor, de maneira mais recreativa e que chame atenção, que seja utilizado coisas que estão em contato todo dia, para que os alunos possam se sentir mais entrosados com a matéria, e assim serve de degrau para a construção do conhecimento de forma analítica e histórica.

Como sabemos, o conhecimento não nasce do zero, ele é construído historicamente a partir das indagações e problematizações e, desta forma, ele deveria ser trabalhado em sala de aula.


Referências Bibliográficas:

Livro: "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

Unidade B (Continuação...)

Proposta Epistemológica de Boaventura de Souza Santos

Como proposta epistemológica, Boaventura traz as "Epistemologias do Sul", onde esta seria uma metáfora, significando todo o sofrimento humano, causado pelo capitalismo.


A produção de conhecimento vai ser transformando buscando alternativas de passar longe das armadilhas de exclusão social que o capitalismo oferece. Indo contra uma visão de etnocentrista (achar que o seu pensamento, etnia, é melhor que os demais), busca-se entre dentro das pesquisas, não sobrepor umas sobre as outras, mas propor que os saberes consigam fazer trocas de seus conhecimentos, sem se anularem, criando uma ecologia dos Saberes, nenhum saber é melhor que o outro, há um equilíbrio de ideias.


Mas por que do Sul? 

A divisão das linhas geográficas abissais que dividiram o mundo em hemisférios Sul e Norte também dividiram no âmbito do conhecimento. Não parece que há uma  sobreposição do Norte sobre o Sul  mas sabemos das desigualdades entre os dois lados. Para Boaventura essa sobreposição de saberes é chamada de epistemicídio. 
Ele ressalta um pluralismo epistemológico evidenciado na ecologia dos saberes que não desperdiça nem anula os conhecimentos do Sul, possibilitando os conhecimentos silenciados dos povos sejam ouvidos, acontecendo uma reconstrução epistemológica, consequentemente reconhecendo assim o Sul, o que significa ir além de uma simples justiça global.
Ao passar por todas as aetapas do desenvolvimento da epistemologia nos leva a contextualiza-la conformes seu tempo, e perceber  que continua sendo importante para o desenvolvimento social, embora por muito tempo alguns saberes foram excluídos dos estudos, hoje pode-se dizer que aconteceu uma transformação no pensar que reflete na valorização desses conhecimentos, e das diferenças culturais acentuadas pelo povo do Sul.
Então, para que se tenha uma democracia de verdade, além de só programas governamentais, temos que aceitar e trabalhar com o reconhecimento da importância das diferenças no mundo, reforçando cada vez mais a ideia de uma ecologia de saberes, um fluxo de ideias e saberes diferentes. 
Sem deixar de lado as lutas e os movimentos sociais, a epistemologia do Sul possibilita pensar alternativas para a realidade social, mas o “cuidado” indicado por Boaventura é que essas - alternativas - não se tornem “silenciamentos alternativos”, porque assim não vai ter adiantado nada dar "voz" aos silenciados, para voltarem a ficar "mudos" de novo.

O papel da epistemologia na atualidade vai além do estudo dos conhecimentos científicos e alcança, também, a justiça cognitiva global.






Referências Bibliográficas:
Livro "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

Unidade B

Epistemologia

Epistemologia significa ciência, conhecimento, é o estudo científico que trata dos problemas relacionados com a crença e o conhecimento, sua natureza e limitações. É uma palavra que vem do grego.
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, e também é conhecida como teoria do conhecimento e relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência. É uma das principais áreas da filosofia, compreende a possibilidade do conhecimento, ou seja, se é possível o ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, e da origem do conhecimento.

Na contemporaneidade, encontramos três correntes epistemológicas:

Epistemologia lógica -> É exemplificada pelo empirismo e positivismo. 

Epistemologia genética -> É representada por Jean Piaget, que aprofundou o estruturalismo genético e construtivista da psicologia da inteligência. 

Epistemologia histórico-crítica -> Buscava analisar a própria história das ciências. 

Dentre essas correntes, surge, também, recentemente, a epistemologia crítica que, dentro do contexto de racionalização,“reflete sobre o alcance e a significação da ciência dentro da sociedade e das culturas” (JAPIASSU, 1992). 


Epistemologia Segundo o sociólogo Boaventura de Souza Santos

A epistemologia crítica traz consigo o questionamento dos verdadeiros avanços científicos e do progresso da sociedade. A partir do pensamento iluminista, a ignorância assume sinônimo de retrocesso, pois, com a promessa de uma ciência que responderia a todas as necessidades da vida social, era necessário estar nesta realidade científica.
 Com isso, os próprios cientistas começaram a questionar suas pesquisas e perceberam a necessidade de refletir a significação de suas atividades científicas. A epistemologia crítica, segundo Japiassu, coloca que a ciência “não se constitui mais como a verdade e que a ciência só tem sentido quando pensada em seu contexto e que está, cada vez mais, integrada num processo social, industrial e político”.
                                                                                    Figura 01  -  Sociólogo Boaventura de Souza Santos
Boaventura de Sousa Santos (1989), analisa as soluções que o paradigma moderno buscou para responder aos problemas sociais, em seu livro Um Discurso sobre as Ciências (2002), onde argumentou que estavam, cada vez mais, ineficazes e indicando que estaríamos em uma transição da modernidade para a pós-modernidade. Anos depois numa entrevista com Manoel Tavares, ele diz que decidiu abandonar a ideia de "paradigma pós-moderno" e adotar um novo termo de "paradigma pós-moderno de oposição", porém não deu muito certo de acordo com a concepção social, então deixou essa também. O pós -modernismo foi abandonado porque era utilizado e caracterizava vários temas diferentes, onde poderia provocar confusão em seu entendimento, não teria um conceito sólido.
Com isso Boaventura, chega a conclusão que o paradigma moderno está em constante mudança, não estamos entrando no paradigma pós-moderno, mas sim vendo e vivendo transformações da modernidade. No entanto, a visão de um novo paradigma reflete-se, na verdade, por meio de um conjunto de paradigmas e mostra a pluralidade de epistemologias que não podem e nem são simplificadas em uma única epistemologia geral e global. 
Nessa mesma entrevista, quando questionado sobre como o positivismo influenciou e influencia nas pesquisas das ciências sociais, ele diz que o positivismo é uma epistemologia “estreita” que não dá conta de todos os detalhes das pesquisas científicas. 

Assim, para se ter um avanço epistemológico de conhecimento, seria necessário avançar nas lutas sociais contra o sofrimento causado pela dominação colonialista da epistemologia dominante.





Referências Bibliográficas
Significado - Epistemologia -> http://www.significados.com.br/epistemologia/
Livro "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Unidade A

O Processo de Construção do Conhecimento



Desde o início de tudo, o homem sempre estabeleceu relações com a natureza e consigo mesmo, seja por meio da própria comunicação, com gestos, códigos, símbolos, que permitiram a interação com os demais, na troca e partilha de tanto objetos como o próprio conhecimento empírico adquirido com as dificuldades e descobertas, e consequentemente, contribuindo para constituição do mundo que temos hoje. Isso graças a capacidade racional do ser humano, o que principalmente o distingue de outros animais.

Além de sua racionalidade, o homem também se destaca pela sua historicidade. Segundo Aristóteles, além da capacidade de compreender o mundo a sua volta, o homem também se entende como formador do mundo e identifica a necessidade de conviver com o que o cerca. 
Ou seja, o ser humano aprende a conviver com o que o cerca, e mais que isso, estabelece padrões e normas de comportamento, crenças e valores partilhados para que essa convivência não seja como os animais, ele transforma e coloca um diferencial com regras para viver em comunidade. Assim, a perpetuação desses padrões culturais percebido em suas ações ao longo do tempo indica a historicidade do homem.


“Ao tratar da questão do conhecimento, deve-se ter presente, em primeiro lugar, que ele é uma atividade intelectual na qual o homem procura compreender e explicar o mundo que o constitui e o cerca” (BOMBASSARO, 1992, p.18).



Mas afinal, qual é a diferença de Saber e Conhecer?


O conhecimento é o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: 
Conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obtendo informação); Conhecimento de um documento; Termo de recibo ou nota em que se declara o aceite de um produto ou serviço; 


Sabedoria é quando você já conhece algo, quando você pratica aquela coisa frequentemente, quando você tem uma certa sabedoria sobre aquela coisa, e que sabe distingui-la de certas coisas.

O conhecimento é a informação analisada, compreendida e incorporada já sabedoria é o conhecimento submetido ao julgo dos valores, crenças , ética e moral , sendo assim , não há sabedoria sem conhecimento, e nem conhecimento sem informação , podemos dizer que são dados em estágios diferentes de processamento , semelhante a um diamante , ele bruto tem um valor , mas lapidado este valor se multiplica , mas em nenhum momento deixou de ser um diamante. 


Baseado em:
Livro "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Travisan

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O que é Filosofia da Ciência?

Olá galera... Depois de uns tempos sem postar, voltamos a ativa! Bons estudos!


Filosofia da Ciência



A filosofia da ciência é a disciplina filosófica que estuda criticamente os fundamentos da ciência em geral ou de uma das suas disciplinas em particular.
Apesar destes problemas gerais, muitos filósofos escreveram sobre algumas ciências particulares, como a física e a biologia. Não apenas se utiliza a filosofia para pensar sobre a ciência, como se utiliza resultados científicos para pensar a filosofia.
Não existe determinada ciência que faça parte dos estudos da filosofia da ciência. As ciências naturais (ex.: biologia, química e física), formais (ex.: matemática, lógica e teoria dos sistemas), sociais (ex.: sociologia, antropologia e economia) e aplicadas (agronomia, arquitetura e engenharia) já foram objetos de estudos filosóficos.

É difícil afirmar, de maneira geral, quando surge com exatidão a filosofia da ciência, já que é uma disciplina que, embora de modo implícito, parece ter percorrido todo o caminho da própria filosofia desde o período grego, altura em que os filósofos foram frequentemente cientistas, quer dizer, estudiosos da natureza.  Na Grécia Antiga se pensava sobre a ciência com Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), por exemplo, onde ele escreveu sobre a origem da vida, afirmando a possibilidade de existir vida a partir de algo inanimado. A teoria da abiogênese (geração espontânea) que ele defendia perdurou por diversos séculos. Além da origem da vida, Aristóteles também se preocupou em elaborar um meio de estudar as espécies, sendo ele o primeiro a propor uma divisão do reino animal em categorias.

Francis Bacon, o mais importante para a Filosofia da Ciência
No decorrer da história, a figura mais importante para a filosofia da ciência é Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês responsável pela base da ciência moderna, o método indutivo. A indução, método de a partir de fatos particulares chegar a conclusões universais, já existia, mas é Bacon o responsável por seu aprimoramento e divulgação.

No século XX, o filósofo austríaco, Karl Popper (1902-1994) criticou a forma de fazer ciência a partir da indução, o método defendido por Bacon. Para Popper, o método indutivo não garante a validade de suas conclusões. Afirmou isso, pois não é possível ter acesso a todos os fatos particulares para ser possível chegar a conclusões. Um cientista pode observar cisnes durante 20 anos e perceber que todos os cisnes observados são brancos, mas ele não pode concluir que “todos” os cisnes são brancos. Se ele concluir isto, bastará a existência de apenas um cisne negro para invalidar sua tese. Com isto, Popper defenderá que o papel da ciência é falsear as suas conclusões a partir do método dedutivo, partindo de conclusões universais para a verificação particular. O papel da ciência é verificar se suas conclusões são verdadeiras, tentando falseá-las com a experimentação.


Concluindo...

 Se a ciência é aquela disciplina que procura, em primeiro lugar, explicar a natureza e o seu proceder e, em segundo lugar, manipular os conhecimentos derivados dessa explicação para obter determinados resultados; se a ciência é esta disciplina teórica e prática, subdivisível num crescente número de outras disciplinas particulares, a filosofia da ciência é aquela disciplina que se debruça sobre o problema do conhecimento adquirido por ela, sobretudo hoje que a verdade científica é tão provisória - a este aspeto se chama epistemologia. 

Referências:

Filipe Rangel Celeti – Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/filosofia-ciencia.htm

Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-05-03 00:49:55]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/$filosofia-da-ciencia

sábado, 13 de dezembro de 2014

WebQuest

O que é uma WebQuest?



Webquest é uma metodologia que direciona o trabalho de pesquisa utilizando os recursos da internet. É uma oportunidade de realizar algo diferente para obter resultados diferentes em relação à aprendizagem de nossos alunos.
Webquest é uma proposta de Berni Dodge - 1995, e hoje conta com mais de 10mil páginas da Web.
 
ESTRUTURA   DE UMA WEBQUEST
 
1. Introdução - É o primeiro passo para a produção de uma webquest, é a página onde o aluno se sentirá bem vindo. Deve oferecer possibilidade de pensar e analisar com criticidade o tema sugerido.
2. Tarefa - É a definição do que o aluno terá que executar para terminar a atividade. Nesta parte da webquest o aluno age participando e colaborando com a construção do conhecimento.
3. Processo - Ao apresentar a proposta de trabalho aos aluno, as regras devem ser poucas, possíveis de cumprir e ajustadas as condições da turma.
4. Recursos - Caminhos a serem percorridos. É o momento de apresentar as fontes de informações necessárias para que a tarefa possa ser cumprida (links sugeridos).
5. Avaliação - Momento de reflexão e aprendizagem.É uma forma de análise das descobertas realizadas. Na avaliação o aluno deve ser informado sobre como seu desempenho será avaliado. Pode-se apresentar tabelas, fichas e questionários na avaliação.
6. Conclusão - Ligada a avaliação, a conclusão é uma forma de apresentar um resumo das aprendisagens, bem como, os pontos que poderão ser retomadosem outros momentos.

Fonte: http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=2825